Por: Lays Rosado|
Como ansiamos por grandes manifestações da glória de Deus! Ficamos deslumbrados ao ver milagres e maravilhas. A verdade é que não há nada de errado em desejar tais sinais, pois Jesus disse:
"Então Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis" (João 4:48).
Dessa maneira, como ainda estamos em carne, para o "ganho" de nossa fé e manifestação do poder de Deus entre os homens, precisamos, por vezes, contemplar tamanha glória. Afinal, as misericórdias do Senhor são derramadas no meio do seu povo, e somente por meio d’Ele o impossível se torna possível.
A grande problemática surge quando esquecemos que a essência de viver com Jesus está no ordinário: nos dias, meses e anos que se passam ao longo de nossas vidas. O cristianismo pregado por Jesus nos chama a viver com Ele no comum, naquilo que é cotidiano e costumeiro.
"A fé que vive de grandes milagres, emoções e movimentos religiosos não é fé; é apenas expectativa e desejo de viver algo por meio de outros."
A rotina cristã está muito mais fundamentada em princípios que só podem ser vivenciados no ordinário. Contudo, isso só é possível quando se possuem, de forma prévia, conceitos indiscutíveis acerca da verdade descrita na Palavra de Deus.
Homens e mulheres que não manejam bem a Palavra e não a conhecem são levados por todo tipo de mau conhecimento, impedindo-os de viver satisfeitos com o que já possuem e, muito menos, de terem firmeza e constância na fé.
"Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome; tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece" (Filipenses 4:11-13).
A satisfação de Paulo perante a vida e o cotidiano se dava unicamente porque ele estava bem instruído, conhecendo a Cristo. Ele sabia em quem a sua fé estava estabelecida e que as estações da vida recaem sobre todos. Como está escrito, os homens estão sujeitos a todas as coisas. Afinal, vivemos neste mundo e, por isso, tanto as alegrias quanto as tristezas recaem sobre nós.
Mas será que, como Paulo, cremos que podemos todas as coisas em Cristo, porque é Ele quem nos fortalece? Quando o olhar de nossa fé está invertido, não há contentamento no ordinário. Enxergar a manifestação da graça cotidiana torna-se exaustivo.
"A fé ordinária expõe o tipo de evangelho ao qual poucos estão dispostos a se dedicar."
Mas é justamente esse tipo de evangelho que Jesus pregou em seus sermões. Ele não falou sobre grandes ações, mas sobre crer. E, por meio dessa fé, sermos cartas vivas, proclamando Jesus e multiplicando o Reino de Deus.
A fé ordinária é tão transformadora que altera conceitos, pensamentos e estilos de vida. Apresenta Jesus aos homens e leva o incrédulo a crer. Quem consegue vivê-la entende que a única razão para sua existência é Cristo.
0 Comentários